A Cidade de São Paulo perde muito, em especial a Zona Oeste, com um planejamento que foi mal elaborado, que até se entende pela época, mas hoje vamos unirmos para corrigir uma coisa que não requer muita receita, e muitos ganharão com a modernização, qualidade de vida e bem estar, avanços em crescimento e desenvolvimento, para todos moradores da capital.
A estação da CPTM (Companhia de Paulista de Trens Metropolitanos) Lapa, das linhas 8 diamante e 7 rubi, nasceu com um defeito como uma construção de uma casa errada, como um carro com defeito de fábrica (não tem acesso entre as duas linhas, além de separar o bairro).
O projeto, que corrigi o erro do passado que já vem de muito tempo é o enterramento e unificação (acesso) das estações da Lapa, que hoje para fazer baldeação precisa sair da estação e pagar para ir até a outra estação da mesma companhia e nome. Passando as estações a serem subterrâneas, seria construído na superfície, acima das estações praça/parque, para diversões, acontecendo assim uma grande transformação e valorização.
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A Lapa na Zona Oeste de São Paulo é um bairro boêmio, como a Vila Madalena, mas esse defeito que separa o bairro (além das duas estações separadas), impediu um desenvolvimento maior, e ao mesmo tempo deixando de oferecer uma nova opção de diversão e passeio para os moradores da região, como parques de outras regiões (Villa Lobos, Ibirapuera, do Povo, do Carmo). A estação da Lapa foi inaugurada em 1899, e ao decorrer do tempo houve mudanças na utilização da linha férrea, em 1947 foi criada a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, e em 1950 foi construída a Estrada de Ferro Sorocabana com 500 metros de distância entre as duas estações.
Situação atual da região
Com uma história marcada pela presença da ferrovia em nível e de indústrias, que ao longo do tempo migraram para outros lugares, o bairro da Lapa, em São Paulo, tornou-se um espaço segregado e de difícil locomoção. Mas, pela sua localização privilegiada na cidade e ampla estrutura de serviços e comércio, o bairro possui grande potencial de uso.
A responsabilidade de propor uma transformação e recuperação desta área, através de um Plano Urbano e de um Projeto Funcional para uma nova estação de trem e metrô, foi destinada ao escritório UNA Arquitetos.
Talvez a palavra ‘transposição’ seja a que melhor caracterize a intenção dos projetos que prevê não só a melhoria na circulação dos meios de transporte e pedestres, como a integração das duas partes do bairro da Lapa, que, atualmente, estão separadas pela ferrovia.
Vários aspectos chamam a atenção na proposta, mas o principal deles é o enterramento das linhas do trem num trecho de 01 km de extensão, entre os pátios existentes da Lapa e Água Branca. Assim, a malha ferroviária deixa de ser uma barreira na cidade e a ação traz possibilidades para construir um conjunto de edificações, ruas, passeios e espaços de lazer, numa proposta de nova integração do espaço e infra-estrutura qualificada.
Para viabilizar a obra, o projeto teve que ser dividido em duas fases, criando uma estratégia que, através da construção de duas paredes diafragma paralelas, seja possível construir um mezanino subterrâneo da estação e, em seguida, o enterramento da linha do trem e os novos espaços de serviços.
Como se não bastasse, a região ainda é cortada por um afluente do Rio Tietê, o córrego Tiburtino, que acabou sendo determinante para o desenho da estação, pois teve parte do seu trecho canalizado através de uma ponte sobre as futuras plataformas.
Já no nível da cidade, por onde passam hoje os trens, foi prevista uma marquise que se estende por quase todo o percurso da linha férrea enterrada, com o intuito de abrigar o comércio e entradas de novos edifícios. Em um jogo de aberturas, coberturas translúcidas e teto jardim, este elemento do projeto permite que a luz chegue até as plataformas de trem no subsolo e promova sombras nos espaços de permanência localizados no chão da cidade.
O arquiteto Fernando Viégas, um dos sócios do escritório UNA Arquitetos, revela que “a medida que o projeto foi sendo desenvolvido foram sendo descobertas certas interferências e o desafio foi enfrentá-las de forma que respondessem aos problemas da região e que dessem à Lapa uma conexão fluída, com um espaço público novo e qualificado”.
Percebe-se que, em um projeto deste porte, o transporte sobre trilhos não foi pensado setorialmente, mas integrado a operações urbanas municipais, a novas vias de conexão locais, a interferências infraestruturais existentes e que leva em conta a possibilidade do mercado imobiliário, através de edificações, reduzir os custos totais da implantação aos cofres públicos.
Arquitetura: UNA Arquitetos – Cristiane Muniz, Fábio Valentim, Fernanda Bárbara e Fernando Viégas
Colaboradores: Bruno Gondo, Carolina Klocker, Eduardo Martorelli e Luccas Matos
Consórcio: Falcão Bauer / Geribello
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